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Egito: Templo de Karnak e Templo de Luxor

É comum escutar que Luxor é o maior museu a céu aberto do mundo porque nada pode ser comparado às dimensões e à grandeza dos monumentos que conserva Tebas, a antiga capital do Egito.

Luxor

Sua paisagem impressiona pela beleza, ainda mantendo a cidade moderna (dos vivos) na margem oriental do Nilo e a necrópole (cidade dos mortos), na margem ocidental do rio. A cidade abriga os templos mais famosos do Egito, para nós brasileiros, como os Templos de Karnak e Luxor, na margem oriental e um sem fim de tumbas e o Vale dos Reis e das Rainhas na margem ocidental.

Nilo

Tebas ganhou importância no Império Medio (2055-1650 a.C.). O príncipe Mentuhotep II voltou a reunificar o Alto e Baixo Egito e fez Tebas sua capital. Karnak era o principal centro de culto ao deus local Amon. Foi no começo do Império Novo (1550-1069) que Tebas alcançou seu máximo explendor. Na cidade viviam milhares de pessoas que contribuiram para levantar todos esses monumentos.

Luxor

Quem mais contribuiu à Tebas foi Amenfis III que fez importantes ampliações em Karnak, construiu templos e os Colossos de Memnon, as maiores estátuas monolítica já construídas!

Colossos de Menón

Seu filho, Amenofis IV, que depois passou a chamar-se Akenatón, trasladou a capital de Tebas para Amarna para adorar a um só deus, o deus Aton, o deus Sol. Ele também trouxe mudanças radicais para as artes e para a arquitetura.

Ramsés II foi também um grande incentivador da arquitetura e aportou a Karnak a Sala Hipóstila, além da construção de magnificas tumbas no Vale dos Reis para ele e seus filhos.

Vale dos Reis

Infelizmente Luxor foi saqueda pelos Persas, os romanos cristãos construiram igrejas nos templos, entalharam cruzes e apagaram muitos relevos egípcios. O auge de Luxor foi recuperado com a chegada de Napoleão em 1798 que fez ressuscitar a grandeza do Egito e conseguiu reavivar o interesse pelo país.

Templo de Karnak

O Templo de Karnak é um extraordinário conjunto de santuários, colunas, obeliscos e pilares dedicados à tríade tebana, ou seja, aos três deuses mais populares da época: Amón-Rá, sua mulher Mut e seu filho Jonsu.

O templo ocupa uma área de 2km2 e no centro abriga o templo de Amon – construído, desmantelado, restaurado e ampliado durante 1500 anos.

A estrutura principal do Templo está rodeada por casas dedicadas à Mut, esposa de Amon, que estiveram unidas ao Templo principal de Amon por esfinges com cabeça de carneiro.

O Templo de Amón em Karnak esteve unido ao Templo de Luxor por uma avenida de 3km chamada de Avenida das Esfinges com corpo de leão e cabeça humana. Com o tempo essa avenida foi destruída e está atualmente obstruída, mas sendo escavada e restaurada a partir de Novembro de 2021 para que volte a conectar os dois templos e se possa ir em carrinho de golf de um a outro.

Esfinges com corpo de leão e cabeça humana que ligarão os dois templos por 3km

A maior parte do que se pode ver em Karnak foi consttuída pelos faraós das dinastias XVIII-XX (1570-1090a.C.) que investiram uma fortuna para deixar sua marca no templo, como Amenofis III, Ramsés II, Seti I, Hatshepsut entre outros.

Na época de seu apogeu, Karnak abrigava 420.000 cabeças de gado, 65 cidades e 277.000 ha de terreno agrícola em que trabalhavam mais de 81.000 pessoas. Ao norte existia um porto de onde saiam as barcas cerimoniais e diversos palácios com frondosos jardins. Do lado leste saia a avenida das procissões cercada pelas esfinges com cabeça de carneiro que levava até o primeiro salão do Templo.

Após o primeiro salão está o Patio Grande, a maior area do Templo de Karnak, rodeado pelos templos de Seti II e Ramses III com duas estátuas colossais suas.

Depois do segundo salão está a Sala Hipóstila, maior monumento religioso já construído no mundo, com 500m2, que forma um impressionante bosque de 134 pilares de pedra com forma de papiro simbolizando um pântano, muito comuns na área do Nilo.

Todo verão, quando o Nilo transbordava, este salão se inundava. As colunas eram originalmente coloridas e a sala tinha um teto. Essa sala foi construída por Ramsés II.

Depois do terceiro e quarto saloes estão obeliscos construídos por Tuthmosis I e III e uma pequena sala hipóstila de 14 colunas. Neste pátio está o famoso obelisco da Rainha Hatshepsut, o mais alto do Egito, em homenagem ao seu pai Amón.

Este obelisco ainda mantém parte das cores originais porque quando seu filho bastardo tentou eliminá-lo, foi proibido pelos sacerdotes, então ele construiu uma parede para escondê-lo e assim as cores foram protegidas do sol.

Há um terceiro obelisco de Hatshepsut que está quebrado.

Depois do quinto e sexto salão está o muro de registros no qual se calculavam os tributos que o faraó arrecadava em honra a Amon.

Tabela de controle das oferendas do Templo de Luxor

O oitavo salão foi construído pela Rainha Hatshepsut e a partir dele se extende o lago sagrado, lugar onde os sacerdotes se banhavam duas vezes por dia em um ritual de purificação.

Ao lado está um escaravelho gigante de pedra construído por Amenófis III e que diz a lenda traz sorte ao circulá-lo por 7 vezes.

Templo de Luxor

O Templo de Luxor foi construído por ordem de dois faraós do Império Novo, Amenófis III (1390-1352 a.C.) e Ramsés II (1279-1213 a.C.) como um santuário que exercia a função principal quando as estátuas de Amon, Mut e Jonsu eram transportadas pela Avenida das Esfinges e reunidas nesse lugar durante as inundações do Nilo.

Esse templo esteve coberto de areia por muitos anos e em cima dele foi construída uma cidade na antiguidade.

Logo na entrada do templo vemos a Avenida das Esfinges, que como já disse, leva ao Templo de Karnak por 3 km.

Do par de obeliscos de granito rosa que adornam a entrada do templo, somente um se conserva, com 25m de altura representando um raio de sol petrificado, já que o outro está na Praça da Concórdia em Paris desde 1831.

No século XIV se construiu em cima desse templo uma Mesquita, a Abu el Haggag, para o xeique local. Em 1885 foram iniciadas a escavações que revelaram o templo, mas a Mesquita foi mantida. Essa mesquita aparece do lado esquerdo, logo depois de cruzar a porta de entrada.

Logo após surge o Grande Pátio que está rodeado por 74 colunas de papiro distrubuídas em duas fileiras, cujos muros estão decorados com cenas das oferendas do faraó Ramsés II aos deuses.

Entre as colunas se intercalam estátuas colossais de Ramsés II, muitas sem cabeça. Esse era o único lugar que o público tinha acesso durante as procissões.

Ramsés II e sua esposa Nefertari

Os dois colossos de Ramsés II marcam o início das colunas de Amenhotep III: duas filas de 7 colunas de 16 metros decoradas com imagens de festivais.

As colunas conectam os dois dois pátios do Templo: o de Ramsés II e o de Amenhotep III. Ambos estão rodeados por duas fileiras de colunas em forma de papiro fechados. Esse pátio ficava ao ar livre e o resto do templo fechado por um teto.

Em 1989, neste pátio se encontrou um verdadeiro tesouro arqueológico: um esconderijo com 26 estátuas faraônicas, hoje expostas no Museu de Luxor.

Passado o pátio, entramos na sala hipóstila, onde aparaecem 32 colunas, também em forma de papiro, distribuídas em 4 fileiras. Era o vestíbulo através do qual se acessava a Sala de oferendas, o Santuario do Barco e a Sala do Nascimento.

A função dos templos egípcios era proporcionar uma morada terrena aos deuses, um lugar para sua estátua, e não propriamente um lugar para a população rezar.

A sala central era o Santuário de culto a Amon que foi revestido de estuque pelos romanos.

Ela foi transformada em um santuario romano dedicado ao culto imperial, com figuras de imperadores romanos que cobriam as figuras dos faraós.

Através desta sala se chega à Sala de oferendas a Amon onde está o Santuário do Barco de Amón, reconstruído por Alexandre o Grande e decorado com relevos que o mostram como um faraó egípcio.

Alexandre o Grande fazendo oferendas a Amon

Alexandre o Grande foi considerado como um presente para os egípcios porque os livrou do domínio dos persas. Os gregos mantiveram a cultura egípcia e restauraram os seus templos. Os relevos gregos eram em auto-relevo e o egipcios eram em baixo-relevo.

Baixo relevo egípcio
Alto relevo grego

Esta sala dá passo à sala do nascimento de Amenofis III com as cenas simbólicas do seu nascimento divino quando os dedos do deus Horus lhe tocam.

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