No século VI a.C. fundou-se no Cairo, dentro da antiga Fortaleza da Babilônia, que servia para cobrar impostos entre o Baixo e o Alto Egito, um emaranhado de ruazinhas, monastérios e igrejas chamado Cairo Copta.

A denominação de copto, que significa egípcio, se deu áqueles habitantes que residiam na cidade quando os árabes invadiram o Egito. Esses cristãos egípcios são em sua maioria ortodóxicos e representam menos de 10% da população do país.

O Cairo Copto abriga o Museu Copto, a Igreja, a Mesquita e a Sinagoga mais antigas do Cairo e o Museu Nacional da Civilização Egipcia. O bairro tem quatro entradas, nós começamos pela entrada Norte que conduz à Igreja de São Jorge.

Na rua exterior, há uma escada que leva à uma área de ruazinhas estreitas que levam às demais Igrejas e Sinagoga.

O Museu Copto foi fundado em 1908 e abriga obras de arte coptas desde os primórdios do cristianismo no Egito até a chegada do Islã. As peças demonstram a transição da arte faraônica ao copto com as primeiras cruzes entalhadas com a forma do ankh, a chave da vida e as influência greco-latinas.

Passamos pelo Monastério e Igreja de São Jorge, um dos santos mais populares da região, que foi um recruta palestino do exército romano e que foi executado em 303 por sua fé cristã.

Nossa próxima parada foi na Igreja de São Sérgio e São Baco (ou Abu Sarga), a mais antiga do Cairo Copto, construída no século XI com colunas do século IV em homenagem aos soldados romanos Sérgio e Baco, martirizados na Síria por sua fé cristã no ano de 296.

Foi construída onde se diz que José, Maria e Jesus se refugiaram ao fugir para o Egito durante a perseguição de Herodes.

Abu Sarga tem a estrutura de uma basílica com uma nave principal e dois corredores. A nave tem 12 colunas que representam os 12 apóstolos, 11 de mármore branco e uma de granito da época faraônica. O teto em madeira tem a forma da Arca de Noé.


A igreja tem diversos ícones da vida de Cristo e pinturas de santos de mais de 200 anos.

Para aceder à gruta da Sagrada Família, é preciso descer umas escadas do ldo esquerdo do altar, onde está o poço em que a Sagrada Família recolhia água e o bercinho de pedras de Jesus.



Na saída passamos pela Igreja de Santa Bárbara que está dedicada à martir cujo pai à matou a golpes por tentar convertê-lo ao cristianismo. Suas reliquias jacem em uma pequena capela do lado esquerdo do altar.

Um pouco mais para a frente começa o cemitério Copto.
Na sequência encontramos a Sinagoga Ben Ezra, já fora das muralhas do copto. Construída no século IX está assentada sobre uma antiga igreja cristã do século IV.
Segundo a tradição, aqui foi onde o profeta Jeremias reuniu os judeus no século VI a.C. depois que Nabucodonosor destruiu o templo de Jerusalém. A fonte que há do lado indica o suposto lugar onde a filha do faraó encontrou Moises e de onde Maria usou a água para banhar Jesus.
Do Cairo Copta partimos para o Cairo Islâmico, que apesar do número de minaretes nesta parte da cidade, não é muito mais religiosa que qualquer outra área, mas leva esse nome porque durante muitos anos foi centro do poder islâmico e alguns dos seus monumentos sao grandes exemplos da arquitetura islâmica.

Está área está repleta de vendedores ambulantes, mercados de rua e mesquitas e o ruído e o caos chegam a ser desconcertantes. O transito é caótico e o som das buzinas incessantes.

Começamos a visita pela praça Al Hussein, que abriga duas das mesquitas mais veneradas no Cairo: Al Azhar e Sayyidna Al Hussein. Esta última mesquita é um dos lugares mais sagrados do Egito Islâmico, famosa por ser o lugar do enterro da cabeça de Hussein, o neto do profeta Maomé.

A praça é um dos lugares mais importantes do Cairo, principalmente durante o Ramadán. É um lugar de encontro popular e os restaurantes com mesinhas do lado de fora ficam bem na entrada do mercado mais famosos da cidade, o Khan Al Khalil.

Khan Al Khalil é um centro comercial de estilo medieval que existe desde o século XIV e que oferece todo tipo de produtos como ouro, especiarias, artesanato etc. Achamos o melhor lugar para comprar souvenirs, com uma grande oferta e excelentes preços. Além disso, os vendedores são bem menos insistentes que nos outros lugares turísticos.

No extremo leste do bairro está a Ciudadela de Saladino, construída sobre uma montanha de calcário em 1176 como uma fortificação contra os cruzados e abrigou governantes egípcios durante 700 anos. Seu legado é uma coleção de 3 mesquitas, vários palácios, alguns museus e vários terraços com vistas para a cidade do Cairo.

Em um dia claro é possível ver as pirâmide de Gizé!

Quando Napoleão invadiu o Egito em 1798, seus conselheiros se referiam ao lugar como os monumentos islâmicos mais bonitos do Cairo.

No entanto, Mohamed Ali, quem assumiu o poder após os franceses remodelou o complexo e o coroou com uma mesquita de estilo otomano que domina o horizonte do Cairo. Hoje o lugar é usado para guarnição militar e fins turísticos.

Nós visitamos a Mesquita de Mohamed Ali, que levou 18 anos para ser construída (1830-1848) toda em alabastro branco dentro da Ciudadela. Formada por linhas clássicas otomanas, com cúpula sobre cúpul, foi construída pelo mesmo arquiteto da Haya Sofia de Istambul, daí a sua grande semelhança.

O interior é lindo e está cheio de candelabros e pedras coloridas. A cúpula principal é verde esmeralda e Mohamed Ali jaz na tumba localizada à direita da entrada.



O deslumbrante relógio do pátio da entrada foi um presente do Rei Luis Felipe da França em troca do obelisco que hoje enfeita a Praça da Concórdia em Paris – e que fazia par com outro que está na entrada do Templo de Luxor. O relógio chegou com defeito e nunca funcionou.
