Visitar o Egito e não navegar pelo Nilo é como não ir ver as Pirâmides! O Nilo é o segundo maior rio do mundo com 6.853 km de extensão, depois do rio Amazonas com 7.062 km.

Seu papel histórico influenciou 11 países pelos quais ele passa: Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi, Congo-Kinshasa, Kenia, Etiópia, Eritrea, Sudão do Sul, Sudão e, claro, Egito.

É a fonte da maior parte da água e do solo fértil do Egito, abrigando hoje em dia mais da metade da população do Egito em suas margens, cerca de 40 milhões de pessoas.

É o único rio que corre para o Norte e desemboca no Mediterrâneo formando um delta de 160 km de extensão. É uma zona rica em agricultura e, no Alto Egito, era conhecido como a terra das canas, em referência à grande quantidade de papiros que crescia na região. Ele também abriga uma grande variedades de peixes, alguns hipopótamos e os maiores crocodilos do mundo.

De maneira estacional, entre Junho e Setembro, ele transborda proporcionando solos férteis e irrigados para o Egito. Desde 1970 as inundações anuais estão controlados com a construção da represa de Assuã.

Por isso para nós era imprescindível fazer um cruzeiro e passar alguns dias navegando pelo Nilo. Além disso, outra vantagem do cruzeiro é que ao longo dos dias você vai visitando vários templos greco-romanos que foram construídos às suas margens como o Templo de Philae, o Templo de Edfu, o Templo de Kom Ombo até concluir a parada final com chave de ouro em Luxor, visitando os Templos de Luxor e Karnak, o Vale dos Reis, o Templo de Hatshepsut e os Colossos de Memnon.

Também dá para encaixar uma visita ao Templo de Abu Simbel, ao povo Nubio e sobrevoar os Vale dos Reis de balão, que é absolutamente imperdível!

O Vale do Nilo entre Luxor e Assuã era o domínio dos deuses Abutre e Crocodilo, uma lugar de natureza hostil e grandes paisagens. Seus lugares de culto datam dos primeiros períodos da história egípcia e ali se encontraram a Paleta de Narmer, sobre a qual se estabeleceu a origem da Dinastia I e a Pedra de Roseta, que teve um papel essencial para a compreensão dos hieróglifos.

A maior parte do que se vê entre Luxor e Assuã data do último período da antiga história egípcia, quando os descendentes de Alexandre o Magno, como o general Ptolomeu I (323-283 a.C.) que governaram por 300 anos. Por mais que estivessem estabelecidos em Alexandria e se interessassem pelo Mediterrâneo, os ptolomeus (cuja última rainha foi Cleópatra), respeitaram as antigas tradições e religiões do país, ao contrário dos romanos que os sucederam.

Para assegurar a paz no Alto Egito, os ptolomeus construíram templos em homenagem aos deuses locais mantendo o grandioso estilo faraônico, ganhando habilmente aos sacerdotes e à população. Dessa forma, os gregos eram adorados pelos egípcios e Alexandre o Grande foi reconhecido como um faraó. Os templos de Philae, Edfu e Kom Ombo eram muito importantes tanto por sua localização estratégica, em antigas rotas comerciais, como por seu valor artístico e arquitetônico.

Há uma grande oferta de cruzeiros pelo Nilo com itinerários fixos de 1 a 6 dias que percorrem principalmente esse trecho entre Assuã e Luxor que concentra a maior parte de templos e atrações. O trecho entre Cairo e Luxor foi eliminado das rotas dos Cruzeiros no anos 90 quando alguns barcos começaram a sofrer ataques. Na nossa opinião, achamos o Cruzeiro bem seguro e sempre estávamos acompanhados no barco por um policial armado que se colocava a postos durante os embarques e desembarques.

A alta temporada dos cruzeiros no Egito é de Outubro a Fevereiro. O outono/ inverno no Egito é bastante ensolarado, com pouca ou nenhuma chuva e as noites bem frescas. A temperatura enquanto estivemos lá se mantinha nos 21-24ºC durante o dia (fazendo muito calor no sol e friozinho na sombra) e chegava a cair a uns 15ºC à noite e de manhã bem cedo. Nós fechamos nosso cruzeiro com a Egito Tours que te dá três opções de orçamentos diferentes. Nós optamos pelo Esmeralda, um cruzeiro cinco estrelas que cobriu todas as nossas expectativas.

Assim que chegamos no aeroporto de Assuã vindos do Cairo às 8:00 da manhã, nosso guia Ossama nos recebeu e nos levou de carro até o cruzeiro para que pudéssemos deixar nossas coisas e fazer o check in. A recepção é festiva com vários drinks não alcóolicos e o check in consiste em preencher as fichas do quarto, como em um hotel.

É bem interessante notar como os cruzeiros estacionam na beira do Nilo, um ao lado do outro, sendo necessário cruzar um ou dois navios até chegar no seu!
Depois do check in, tivemos a manhã livre para descansar e tomar sol na parte superior do navio que é um deck com piscina, espreguiçadeiras e bar muito limpo e aconchegante. Apesar de ser inverno, o sol em Assuã e Luxor é muito forte e faz muito calor sob ele. É preciso passar filtro solar porque o sol de lá queima muito!

Nossa atividade preferida era passar as tardes depois do almoço tomando sol no deck regados a vinho francês. Vimos o barco passar pela eclusa de Assuã, já que a cidade fica na primeira cascata do rio Nilo e conhecemos os vendedores do mar, que laçam seus barquinhos ao navio e arremessam os produtos lá para cima. Para quem se interessar, a negociação termina na varanda do quarto.

Os cruzeiros são All-inclusive e incluem café da amanhã, almoço e jantar. À tarde sempre havia chá, café, sanduíches e crepes a vontade no deck do navio. Os jantares de Natal e Ano Novo também estavam incluídos no nosso pacote, mas alguns cruzeiros cobram a parte.

Também a parte são cobradas todas as bebidas como café, refrigerantes, água, cerveja e vinho. Os preços são iguais a um restaurante europeu, por exemplo, o café saia a 2,5€, a cerveja e a água a 5€ e uma garrafa de vinho tinto egípcio cerca de 20€. Uma dica é comprar vinho no Duty Free do aeroporto de Assuã assim que você desembarcar. É permitido comprar 1 garrafa por pessoa e eles fazem uma anotação sobre o visto no passaporte porque no Egito o álcool é artigo controlado já que a religião muçulmana não permite o seu consumo. Conversamos com o guia e ele disse que essa anotação é normal e realmente não tivemos nenhum problema. Compramos vinho francês Bordeaux por 15U$ cada garrafa.
Também não está incluída a gorjeta à tripulação que deve ser de U$10 por dia, por pessoa. Nosso cruzeiro era de 4 dias e 3 noites para 3 pessoas e somou um total de U$120 de gorjeta que pagamos na entrada do cruzeiro ao nosso guia que se encarregou de repassar à tripulação. Também é possível dar alguma gorjeta mais quando te carregam as malas ou arrumam seu quarto. Eles se esforçam para ganhá-las e cada dia havia uma escultura nova em nosso quarto. 🙂 É importante ter notas de U$1 ou notas pequenas de 10/15 libras egípcias para essas ocasiões.

Estavam incluídos no nosso cruzeiro todos os passeios ao Templos localizados na margem do Nilo: Templo de Philae, Templo de Kom Ombo e Templo de Edfu e também em Luxor os Templos de Karnak e Luxor e o Vale dos Reis.

Além disso, tínhamos incluído um passeio de Feluca, um veleiro tradicional de Assuã, em que pudemos velejar pelo Nilo por cerca de meia hora ao som de música núbia ao vivo. Bem divertido!

Há algumas manhãs livres em que você pode encaixar 3 passeios adicionais: ao povo Nubio (U$50 por pessoa), ao Templo de Abu Simbel (U$120 por pessoa e tem que sair às 3:00 da manhã porque há um percurso de carro de 6 horas entre ida e volta) e o passeio de balão sobre o Luxor (U$110 por pessoa).

Nós incluimos o passeio de balão ao nosso roteiro e foi imperdível! Mas também tem que acordar às 3:00 da manhã. Também teria incluído Abu Simbel, mas eram muitos dias acordando às 3:00 da manhã – incluindo o dia do vôo para Assuã – e estávamos cansados e preferimos descansar uma das manhãs e dormir até mais tarde.

O navio não deixa nada a desejar aos MSC da vida, apesar de ser um pouco mais compacto, mas tem restaurante, sala de estar, deck, piscina, bar e discoteca. Toda noite havia algum tipo de entretenimento: dança do ventre, show de dança, festa árabe, e no nosso caso, jantar de Natal.





Também havia uma loja de artesanatos, túnicas e outras peças egípcias e uma joalheria em que você podia encomendar o famoso cartucho – forma oval que levava o nome do faraó dentro – com seu próprio nome em hieróglifos gravados em ouro!





Os quartos eram novos e extremamente confortáveis com banheiro e varanda com vista para o Nilo. Não se podia pedir mais! Altamente recomendado e ponto alto da viagem ao lado do passeio de balão!