Esse dia foi movimentado e depois de tudo o que você leu aqui ainda visitamos o bairro Tribunales e Puerto Madero onde encerramos a noite no ‘Siga la Vaca’ com vista para os fogos que anunciavam o novo ano.
Tribunales é um bairro não oficial de BsAs rodeado pelas Calles Libertad, Lavalle e avenida Córdoba. O nome se deve ao fato de lá estar presente a Corte Suprema de Justiça Argentina. Ao lado está a Plaza Lavalle onde antigamente existia uma lagoa e uma ponte – adivinhem o nome: Puente de los Suspiros, claro. Ainda vou fazer um post com todas as ‘Puentes de los Suspiros’ que exisem rs.


Em frente fica o Teatro Colón (Tucumán, 1171) que na época estava em reforma. O Teatro foi inaugurado em 1908 com a Ópera Aida de Giuseppe Verdi #amotocounomeucasamento. É conhecido como a maior sala de ópera da América Latina e um dos melhores teatros do mundo em qualidade acústica. Passou por uma reforma de 4 anos (de 2006 a 2010). O investimento de cerca de US$100 milhões foi aplicado na restauração das áreas do espaço. Não deixe de assitir um espetáculo e de fazer uma visita guiada que voltaram a acontecer desde 8 de fevereiro de 2011. O valor é de US$15.
Segue abaixo um vídeo lindo que eu encontrei que mostra como ficou o teatro com o senhor que assitiu à Inauguração do Teatro em 1908. É emocionante:
Fechamos o dia em Puerto Madero que é um bairro relativamente novo e mostra as últimas tendências em arquitetura. Situado no meio de uma faixa costeira onde se ergueram antigas docas (enormes abrigos onde no passado eram armazenadas as cargas trazida ao porto) que foram recicladas para dar vida à elegantes escritórios e luxuosos restaurantes. O projeto, que foi desenvolvido em 1991, foi concebido de forma a integrar a cidade ao porto, como uma extensão de seu centro.

Passamos pelo Yacht Club Puerto Madero e pelo Buque Museu Fragata Sarmiento (Doca 3). A sua construção foi encomendada pelo Comodoro Rivadavia a um estaleiro em Birkenhead na Inglaterra em 1898. A fragata de 3 mastros, 85 metros de comprimento e 13 metros de largura, foi navio escola da Marinha Argentina. Após navegar 1 bilhão de milhas (39 viagens pelos mares em todo o mundo) parou de navegar em 1961. Pena que o museu fechou na hora em que chegamos.


Em seguida atravessamos a Puente de la Mujer (Doca 3), um trabalho do arquiteto espanhol Santiago Calatrava. A construção levou 12 meses e foi terminada em 2001.


Vimos então o Molino Portenho (Doca 2), que construído em 1891, produziu farinha até 1956. Seu estilo reflete a arquitetura funcional portuária e foi declarado parte do patrimônio nacional.
Logo mais chegamos na Reserva Ecológica (Tristán Achaval Rodríguez 1550) que foi declarada Parque Natural e Zona de Preservação. Estabelecida como área de passeio, pode ser percorrida a pé ou de bicicleta, por diversos caminhos que levam até o rio.

Perto da reserva estavam expostos os carros do Rally Dakar Argentina/ Chile. O Rogério se animou todo e tirou milhares de fotos. A largada foi na avenida 9 de Julio no dia 03/01, mas tínhamos ido passar o fim de semana no Uruguai e perdemos. Foi lá que conhecemos dois casais de brasileiros com quem combinamos de mais tarde passar a virada do ano na Churrascaria ‘Siga la Vaca’. Já tinha lido sobre ela em uma das minhas pesquisas e vale a pena, ainda mais em noite de Ano Novo em que há queima de fogos no Porto.

A Churrascaria Siga la Vaca cumpre bem o seu papel. Tem um ambiente moderno, jovem e agradável, mas prepare a carteira porque os restaurantes fazem um preço fechado e te obrigam a comprar a Ceia de Ano Novo. Não há opções de pratos a la carte. O buffet não oferecia opções ilimitadas, mas assim é o típico churrasco argentino, não vá esperando uma Fogo de Chão ou uma Jardineira que vai se decepcionar. Na Argentina come-se carne e toma-se vinho. Às vezes tem espaço para alguma batata ou empanada e uma saladinha, mas é só. Afinal estamos lá para comer a parrilla, não é mesmo? A ceia com direito à uma garrafa de vinho saiu 200 pesos por pessoa.



O sistema de rodízio deles é diferente e o garçom não vem até a mesa. Há uma janela no cômodo onde fica instalada a churrasqueira. Você vai até lá, escolhe o que quer direto da grelha, eles te servem e você volta para a mesa. Pode repetir quantas vezes quiser.
Um outra dica para quem vai é que: Buenos Aires não é São Paulo. Às 24h, depois da queima de fogos os garçons já estão passando o pano no chão. Os restaurante que não estão perto da queima de fogos então, às 22h já está encerrado o expediente. Se você chegar às 21h não entra mais. Chegue por volta das 19h.
Para quem pensa em passar o Ano Novo em Buenos Aires, a melhor pedida é passar em um dos restaurantes de Puerto Madero ou então em alguma Casa de Tango que combine Show+Jantar+Festinha depois da meia-noite (post em breve). Não há muitos porteños na cidade nessa época, que aproveitam para ir ao litoral pular as 7 ondinhas do Mar del Plata. Os argentinos também não comemoram na rua, como os brasileiros, então a idéia é passar em um lugar fechado mesmo. Além disso, faz bastante frio à noite.
Siga la Vaca
Alicia Moreau de Justo 1714, Puerto Madero