Na própria “ruta” do nosso hotel “Las Cumbres”, fica uma das vinículas mais famosas e competentes do Uruguai, a Vinícula Alto de la Ballena, que fica em plena Serra da Baleia, daí o nome.
Vindo de Montevideo pela Interbalneária, quando avistar uma rotatória e o condomínio Solana, vire à esquerda. Esta é a Ruta 12. Nosso hotel Las Cumbres fica no km 3,5 e a vinícula no km 16,5.
Já visitamos várias vinículas na Argentina, Chile e Europa, e essa foi uma das que mais gostamos. É uma vinícula familiar e lógico que tivemos sorte de termos participado do Festival do Cordeiro e do Tannat que acontece somente uma vez ao ano durante Corpus Christie, então com certeza isso influenciou nossa opinião.
É uma vinícula familiar criada pelo casal Paula e Álvaro que transformaram sua paixão pelo vinho em negócio, produzindo uvas merlot, tanat, cabernet franc, sirah e viognier. Abre diariamente para visitas com degustação. O preço é de US$ 36 por pessoa. Mais informações no site.
É imprescindível reservar com antecedência pelo e-mail info@altodelaballena.com
A vinícula é nova e foi fundada em 2000. A primeira safra se deu em 2005 e o vinho premium, considerado o melhor do Uruguai é o Syrah. Outra especialidade da casa é o Tannat-Vignon uma uva branca que suaviza os taninos da Tannat. Mas adoramos também um rosé de Merlot com Cabernet Franc!
A visita é conduzida pela própria dona, a Paula, que é uma enóloga super competente. Começamos recorrendo o vinhedo e as plantações, momento em que ela explica que o solo rochoso só pode ser perfurado com dinamites, para então ser semeado. Como no Uruguai chove muito, a drenagem é muito importante e o próprio quartzo retirado do solo nas perfurações ajuda no processo.
A produção é praticamente orgânica, sem agrotóxicos, pois as grandes pragas da plantação são as maritacas e as pombas que são evitadas com o uso de uma rede que cobre as uvas. Ela comentou que a quantidade de uvas para a produção de um litro de vinho depende do tipo de uva. 1 kg de Merlot rende um litro, mas já o 2 kg de Cabernet rendem um litro.
Ela deu uma explicação bem didática sobre os aromas primários e secundários do vinho: os primários são os próprios da uva enquanto que os secundários surgem da fermentação da casca com o fermento agregado. São substâncias químicas que lembram as tão comentadas notas de cereja, abacaxi, couro etc.
Já o sabor de tostado vem do barril de carvalho. Quando o enólogo compra os barris ele escolhe a intensidade do tostado que deseja. Outra combinação é feita com a origem do carvalho do qual o barril é composto.
O carvalho francês é mais denso enquanto que o americano é mais poroso. Por esses poros entra o ar que oxigena o vinho e suaviza os taninos. Portanto com uvas mais fortes é usado o carvalho americano para a suavização dos sabores.
Grande parte disso é explicado na sala de fermentação onde são montadas as mesas para o almoço degustação.
Os pratos são preparados pelo chef Leonardo, dono do Leonardo EKEA, um restaurante basco na parada 2 em Punta.
A comida é muito boa, em especial o patê de cordeiro, que é de comer de joelhos. Também tivemos mollejas, risotto de cordero e arroz con leche. Os vinhos excelentes.