Ao leste e fora das muralhas da Cidade Antiga de Jerusalém está o imperdível Monte das Oliveiras, um dos lugares mais importantes de Jerusalém, sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos.
Nós fizemos um tour com a New Jerusalém porque apesar de ser possível fazer o tour por conta própria, queríamos aprender a história do lugar. Além disso, há certos horários de abertura das Igrejas e o guia sabe certinho quando visitar.
Nossa primeira parada foi na Igreja da Ascenção, o lugar onde Jesus Cristo ressuscitou e ascendeu aos céus. A Igreja da Ascenção foi construída em cima da pedra onde está impressa a pegada de Jesus.
A Igreja hoje é gerida e mantida pelos muçulmanos porque está dentro da área de uma mesquita, por isso tem muitas características árabes.
Ela também é considerada um local sagrado para os muçulmanos que consideram Jesus um profeta de Deus.
Caminhamos um pouco até a próxima parada na Igreja Pater Noster, construida em cima da gruta onde Jesus ensinou a oração do Pai Nosso aos seus discípulos.
Daí se tinha uma vista perfeita de toda a cidade de Jerusalém.
No ano 326 Santa Elena (mae de Constantino) construiu nesse mesmo lugar uma igreja chamada Eleona. A gruta ficou como cripta no subsolo da Igreja.
A Eleona construída por Santa Elena foi destruída pelos persas em 614 e revelada novamente por volta de 1910 graças às escavaçoes arqueológicas realizadas pelos Padres. Em 1920 se iniciou a construçao de uma nova igreja que ficou sem terminar.
Como homenagem ao lugar, na sua parte nova foram levantados muros coberos pela oraçao do Pai Nosso na língua da maioria dos países do mundo.
Os dois mosaicos mais importantes são os em hebreu e aramaico, as quais acredita-se ser as línguas mais usadas por Jesus para pregar, seguidos do Grego e do árabe.
Ainda na mesma rua, descemos em direção ao Cemitério Judeu, o mais importante cemitério judeu e um dos mais antigos do mundo. Estima-se que por lá haja mais de 150 mil túmulos e que dentro de 10 anos não será mais possível ser enterrado ali.
Mas por que esse cemitério é tão concorrido? Porque os judeus acreditam que a vinda do Messias será no Monte das Oliveiras. Uma profecia conta que uma fenda se abrirá entre o Monte das Oliveiras e o Monte do Templo e o Messias entrará por uma porta dourada. O cemitério muçulmano está justo aos pés do judeus, pois assim como esses, também esperam a vinda do Messias.
É por isso que todos são enterrados ali com os pés virados para o Monte do Templo para que quando ressuscitados não percam a direção para seguir o Messias. Muitos famosos judeus estão enterrados por ali e hoje somente gente muito rica consegue comprar um espaço por ali.
Outra curiosidade são as pedrinhas deixadas em cima dos túmulos, ao invés de flores. Os judeus acreditam que as pedras duram para sempre e as flores morrem muito depressa.
Descendo um pouco mais o Monte, do lado direito chegamos a um mirador que tem vistas incríveis da cidade antiga de Jerusalém, da muralha, do Monte do tempo e das torres de uma linda Igreja Ortodoxa Russa.
O ideal é que você consiga chegar aí no momento do pôr do sol, um dos mais bonitos que já presenciei.
Em frente está a Igreja Dominus Flevit, uma capela franciscana construída em forma de lágrima para representar as lágrimas de Jesus Cristo. De acordo com as escrituras foi aí que Jesus chorou ao ter a visão que Jerusalém seria destruída e que ocorreria a diáspora (diversas expulsões forçadas dos judeus pelo mundo). A destruição ocorreu com a invasão dos romanos em 70dC.
Muito interessante é o vitral que há atrás do altar e cuja cruz se encaixa exatamente na cúpula do Monte do Templo, onde antes estava o Templo de Salomão.
Descendo um pouco mais o Monte chegamos ao lugar mais esperado por nós, o Jardim de Getsemani com oliveiras centenárias.
O jardim foi quase totalmente destruído pelos romanos, mas as poucas oliveiras que sobraram são usada para a produção do azeite usado pelo Papa! Há uma única oliveira de mais de 2000 anos que se estima ser a única da época de Jesus.
Do jardim tem-se a vista do Monte Zion onde acredita-se que Jesus realizou a última ceia e da porta cidade antiga por onde Jesus desceu até o Monte das Oliveiras para sua última oração em que pediu a Deus se poderia ser poupado do sofrimento.
Esse local exato está marcado pela construção da Igreja da Agonia, construída com cores fortes e escuras que representam o sofrimento de Jesus. Dentro está a rocha onde acredita-se que Jesus tenha feito sua oração.
Atravessamos a rua e chegamos à Igreja do Sepulcro de Santa Maria considerado como o local de sepultamento de Maria, a mãe de Jesus por muitos cristãos. Acredita-se que estão sepultados aí também seu pai, São José e sua mãe, a Santa Ana.
Acredita-se que a Virgem não teria morrido, mas entrado em um sono eterno onde hoje é a Igreja da Dormição, no Monte Sião, ao sul das muralhas da Cidade Velha de Jerusalém. Seu corpo teria então sido levado à essa tumba pelos apóstolos de Cristo.
A Igreja é uma caverna talhada na rocha ao que se chega por uma longa escadaria coberta por lamparinas. Abaixo há um pequeno altar com o túmulo da Virgem Maria.
Ao lado da Igreja está a entrada para a Gruta do Getsemani, aos cuidados dos franciscanos, e que apesar de fechar às 18:00, demos a grade sorte de nesse dia estar aberto depois desse horário que segundo estudos seria o local da traição de Judas.
Depois da oração no Horto das Oliveiras, Jesus teria descido à gruta para reencontrar-se com seus apóstolos e ali recebeu o beijo de Judas.