Copenhagen é uma das cidades mais antigas da Europa e evoluiu de um porto pesqueiro viking à capital da Dinamarca, capital do Design, da cerveja e cidade mais feliz do mundo. Se você ainda não leu esse post que escrevi de introdução à cidade, vá lá primeiro e depois volte aqui ao roteiro.
Saindo do aeroporto, veja o post aqui, seguimos para o bairro de Christianshavn para visitar a cidade livre de Christiana. Veja o post aqui.
De Christiana pegamos novamente o metrô e descemos na estação København a poucos passos da Rådhuspladsen e da Strøget que formam o coração de Copenhagen.
Na Rådhuspladsen fizemos um walking tour grátis da Sandesmann, que já havíamos feito em várias outras cidades da Europa e como sempre adoramos. Mas em Copenhagen tem que reservar pelo site e como disse, o tour não custa nada, mas no final você paga quanto você acha que o guia merece.
A Rådhuspladsen é a praça central de Copenhagen que gira em torno da prefeitura. Com 105 metros de altura, ele é um dos edifícios mais altos de Copenhagen. Na sua fachada estão várias esculturas da mitologia nórdica e a estátua do Bispo Absalão, famoso político e guerreiro religioso responsável pela evangelização dos Vikings.
A entrada é grátis e lá dentro há um famoso relógio astronômico, orgulho dos dinamarqueses. Também é possível subir ao terraço, mas só com uma visita guiada paga.
Na parte oeste da praça começa a Strøget, principal rua peatonal de conércio de Copenhagen. Com mais de 2 km de exensão está cheia de lojas exclusivas, lojas de souvenir, lojas de grandes cadeias européias como H&M, Zara etc. e “corta” várias praças da cidade.
A primeira praça é a Nytrov (mercado novo) e a Gameltorv (mercado velho), duas praças que formam um único espaço aberto.
Na Gameltorv havia um mercado de frutas e verduras e onde também realizavam as execuções dos condenados.
Mas como misturar a comida com o sangue não estava indo bem passaram o local de execuções para o outro lado, na praça Nytrov.
Como os dinamarqueses são pessoas muito organizadas, nessa praça se encontra o Palácio de Justiça, a cadeia e a àrea de execuções representada por uma pedra em formato octogonal no mesmo lugar original. Ou seja, estava tudo muito bem otimizado.
A partir da praça seguimos pela rua Brolaeggerstraede onde está a casa que nasceu J.C. Carslberg, fundador da fábrica de cervejas mais famosa da cidade.
Ele era um hipster de 1800 que produzia sua própria cerveja artesanalmente para sua família e amigos na sua bodega particular. Com o tempo ele resolveu montar uma microcervejaria no ponto mais alto da cidade, a colina de Valby. Daí veio o nome da cervejaria: Carl (nome do seu filho) + bjerg (colina em dinamarquês).
Copenhagen é uma cidade extremamente plana, ao nível do mar, por isso venta tanto e essa “colina” pode ser subida de bicicleta, ou seja, não é muito alta, mas mesmo assim é o ponto mais alto da cidade.
Seguimos para a rua Knabrosstraede (travessa da Strøget), que é a mais famosa e fotogênica da cidade e que aparece no vídeo do Mads Mikkelsen que falei nesse post aqui.
A rua realmente é muito bonitinha, é a típica rua que você imagina quando pensa em países escandinavos e todas aquelas casinhas medievais.
Seguimos uns 100 metros até a Praça Højbro Plads, uma das mais bonitas da cidade com vista para o Parlamento.
A subida à Torre do Parlamento é grátis e dá para ver a cidade de cima apesar de ela não ser tão alta. No centro da praça uma estátua do Bispo Absalão em seu cavalo.
Dela sai outra rua peatonal que vai até a Torre Redonda (Rundetårn) que segundo nossa guia tem a vista mais bonita da cidade.
Da parte leste da praça sai a rua Lille Kirkestraede que leva à Igreja Nikolaj Kunsthal que hoje abriga um Centro de Arte Contemporâneo, um dos muitos exemplos de igrejas da cidade que se transformaran em associações, como a que mencionei aqui que virou academia de crossfit.
Continuamos pela Strøget até a mais parisiense das praças, a Kongens Nytorv, onde está o Shopping Magasin du Nord, inspirado nas Galerias Lafayete de Paris e no Louvre.
Repare no detalhe das pirâmides na frente do Shopping.
Antes Hotel du Nord foi morada do famoso escritor Christian Andersen. Nascido em Odense na Dinamarca, se mudou para Copenhagen para realizar seu sonho de ser bailarino. A localização do hotel era perfeita, justo em frente ao Teatro Real, onde se tornou amigo pessoal do diretor de ballet August Bournonville.
Infelizmente ele não tinha talento para o ballet, então frustradamente tentou atuar, cantar até que deciu concentrar-se em escrever o que lhe trouxe sucesso instantâneo.
Ele escreveu vários contos de fada como: a pequena sereia, o patinho feio, o soldadinho de chumbo, as novas vestes do rei, a princesa e a ervilha entre outros. Eu li todos porque quando era criança minha mãe me comprou uma coleção dos contos de Christian Andersen e dos Irmãos Grimm porque ela dizia que esses eram os contos originais nos quais Walt Disney havia se inspirado.
Em 1847 ele se mudou para uma casinha na própria praça Kongens Nytorv onde viveu até ficar doente e ser trasladado por seus amigos para uma cidade de veraneio. Ele faleceu em 1875 e em seu sepultamento compareceram o rei Christian IX e toda a família real além de centenas de moradores da cidade.
Infelizmente a praça está em reforma há mais de cinco anos para ampliações nas linhas de metrô e a visão panorâmica fica um pouco comprometida. A finalização da obra está prevista para 2021. Na praça também está o Hotel D’Angleterre, o mais chique da cidade.
No sudeste da praça está o Nyhavn ou o porto novo da cidade, onde o canal com barcos vikings e casinhas coloridas compoem o principal cartão postal da cidade.
O lugar é bem turístico, lotado de gente e cheio de restaurantes. Dali saem alguns passeios de barco que passam pelos canais de Copenhagen. No número 9 está a casa mais antiga da cidade de 1681.
A 10 minutos a pé, caminhando pela Orla do Canal chegamos ao Palácio de Amalienborg, a residência de inverno da família real dinamarquesa.
Está formado por 4 palácios em estilo Rococó: o Palácio de Christian VII para visitas oficiais; o Palácio de Christian VIII, onde está o Museu de Amalienborg, o Palácio de Frederico VIII que está sendo reformado para se converter na residência oficial do príncipe herdeiro (Frederico da Dinamarca) e o Palácio de Christian IX residência oficial da rainha Margarita II e seu marido, o príncipe consorte Henrique da Dinamarca. O palácio e o museu são abertos para visitação.
O Palácio de Amalienborg é famoso por sua guarda real com chapéu alto de pele preta. Todos os dias eles marcham do Castelo de Rosenborg até o Palácio de Amalienborg quando às 12:00 acontece a cerimônia de troca da guarda.
Na parte leste da Praça está a Igreja de Mármore. Encomendada pelo rei Frederico V ela levou mais de 100 anos para ser finalizada (1749-1894) devido ao seu alto custo. Ela realmente é linda tanto por fora quanto por dentro e também se pode subir à cúpula com uma visita guiada que custa 50 dkk (7 euros).
Justo em frente ao Palácio de Amalienburgo, só que do outro lado do canal, está a nova Ópera de Copenhagen de 2005, considerado um dos teatros mais modernos do mundo.
Um quilômetro adiante caminhando pela margem do canal, chegamos a Kastellet, uma antiga fortaleza militar dos séculos XVII e XVIII, hoje transformada em parque.
Desde 1913 foi abriga a estátua de bronze da pequena sereia que salvou da morte o príncipe da dinamarca em homenagem ao escritor Christian Andersen.
Não se decepcione porque a estátua é bem pequena, mas a quantidade de turistas não é inversamente proporcional.
De longe já conseguiamos ver pessoas escalando as pedras para conseguir uma boa foto.
Pegamos o caminho de volta sentido Castelo de Rosenborg, construído no século XVII por Christian IV, o mais famoso dos reis escandinavos.
A visita aos jardins é gratuita e em frente ao Castelo há um roseiral lindo. Havia vários dinamarqueses por lá tomando sol de roupa de banho e fazendo piquenique.
Aproveitamos para descansar um pouco por lá antes de almoçar no Aamanns, leia post aqui e seguir para o Parque Tivoli.
Os restaurante e atrações em Copenhagen fecham bem cedo, entre 17:00 e 20:00 por isso recomendo deixar o Parque Tivoli por último, ele fecha bem mais tardes e visitá-lo entre 19:00/ 20:00 para ver a versão do parque de dia e toda iluminada de noite.