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Polônia | Varsóvia: Gueto de Varsóvia, Bairro Judeu e Museu do Levantamento

No nosso primeiro dia em Varsóvia aproveitamos para visitar o Gueto de Varsóvia, o bairro judeu e o Museu do Levantamento inaugurado em 2004.

A cidade hoje é maravilhosa (leia as dicas de hotel, restaurante e transporte aqui) com uma arquitectura espectacular e super segura. Se você chegar lá sem saber da sua história jamais vai imaginar que ela foi totalmente devastada durante a 2ª Guerra, pois a cidade conseguiu se reerguer-se completamente. Tudo foi minuciosamente reconstruído com antes dos ataques. Por isso, altamente recomendo a visita ao Museu do Levantamento para entender o passado da cidade.

O Museu do Levantamento mostra exatamente o que aconteceu com a Polônia, o país que mais sofreu com a segunda guerra mundial, atacado pela Alemanha e usado pela URSS, cujo plano inicial era fazer o país desaparecer como nação, que era, na época, considerada como a Capital europeia da cultura judaica.

O Museu descreve cada um dos 63 dias de luta do povo polonês para tentar recuperar sua independência das mãos da Alemanha e da URSS.

Depois de 5 anos de guerra, entre 1939 e 1944, Varsóvia ainda não havia sofrido seu episódio mais dramático. O governo em exílio organizou um ataque precipitado  “o levantamento” para tentar recuperar sua independência.

Foram 63 dias de luta com um saldo final de 85% dos edifícios destruídos por ordem expressa de Hitler e o olhar impassível de Stalin que se dizia vingado pela derrota em 1920 contra a Polônia.

Assistir ao vídeo que mostra como ficou Varsóvia é chocante. Mais ainda é descobrir que essa cidade antes habitada por 1,3 milhão de pessoas foi transformada em pó e restaram apenas mil moradores é ainda mais!

Saindo do  museu fomos em direção ao Bairro Judeu e ao Gueto de Varsóvia.

  • O Bairro Judeu e o Gueto de Varsóvia

Entre as avenidas Wladyslawa Andersa e Marszalkowska se encontram uma série de monumentos que lembram a história recente mais dramática do país. É a área onde se situava o Gueto Judeu durante a 2ª guerra mundial.

Por ordem de um general alemão, a população judia de Varsóvia foi isolada em um gueto com uma população que somava em 1940, 380.000 pessoas, ou seja, cerca de 30% da população.

Um mês após a criação do gueto, os próprios judeus foram obrigados a construir um muro, isolando-os totalmente do restante da população.

Ninguém podia entrar no gueto sem ser judeu e nenhum judeu podia sair se não fosse para trabalhar em alguma empresa. Para comer, eram entregues pelos alemães, as rações, com diversos tipos de alimentos, mas divididos da seguinte forma: 2400 calorias para alemães, 1800 calorias para polacos e 184 calorias para os judeus. Com essa quantidade super reduzida de comida, as doenças começaram a surgir rapidamente.

Durante 1 ano e meio após a criação do gueto, judeus continuavam a chegar vindos de cidades e vilas menores próximas a Varsóvia. Até que, em 1942, teve inicio os transportes dos judeus para os campos de extermínio.

Cerca de 300.000 judeus foram levados para o campo de extermínio de Treblinka, que fica próximo a Varsóvia, e morreram nas câmaras de gás.

Após o início dos transportes, alguns judeus começaram a se organizar e se preparar para lutar contra os alemães. A resistência não era capaz de libertar o gueto ou destruir os nazistas em Varsóvia, eles apenas lutavam por uma morte digna, preferiam morrer lutando do que numa câmara de gás.

Em de maio de 1943, considerou-se o fim do levante do gueto, com a destruição total da sinagoga.

Na rua Sienna, 55 é possível ver um pedaço do muro que separava o gueto da cidade e que hoje é um memorial.

Em um circuito circular se pode seguir para a Sinagoga Nozyk, a prisão Pawiak, o Memorial de Umschlagplatz, que era o lugar onde os judeus esperavam o trem para ir ao Campo de Concentraçao de Treblinka, o Museu da História Polonesa, o Monumento às Vítimas do Levantamento e o Cemetério Judeu.

Terminamos a noite na Nowy Swiat, conhecida como a rua do novo mundo, e que é a parte final do caminho real (veja o post aqui). Sua reconstrução foi tão minuciosa quanto à do centro antigo recuperando sua imagem neoclássica, restaurantes e cafés, como o centenário Blikle – famoso pelos sonhos que comemos de sobremesa de um jantar polonês delicioso.

Escolhemos o Specjaly Regionalne (Nowy Swiat, 44) e altamente recomendo. Ambiente muito agradável e comida caprichada. Pedimos Zarek, uma sopa típica polonesa com linguiça, ovo e especiarias, servido dentro de uma pao quentinho e os pierogis de queijo e batata. Leia as dicas dos restaurantes que fomos aqui.

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