Visitamos a Romênia no fim de semana da Páscoa e, portanto, só tínhamos 1 dia inteiro para conhecer a região mais famosa do país, a Transilvânia. Por isso nem pesquisei transporte direto do aeroporto para Brašov ou cogitei alugar um carro porque queria algo rápido e certeiro. Pesquisei bastante na Internet e encontrei a empresa Travelmate Tours que oferecia o tour que precisávamos: Dois Castelos em 1 dia.
Veja a série de vídeos da Romênia no meu canal do Youtube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLh0-vkODnMs-FYS-92rZk59ui_8sQGolI
Esse tour é um resumão do que melhor tem a oferecer a região: partindo cedo de Bucarest conhecemos as três cidades mais bonitas da região, Sinaia, Brasov e Bran e os dois Castelo mais famosos, o Castelo de Pelles e o Castelo de Bran, o famoso Castelo do Conde Drácula. E além disso aprendemos muito sobre a história dos lugares; o tour é todo em inglês, mas eles disponibilizam um App que você baixa em casa que te conta toda em español e você pode ver no mapinha itinerante todos os lugares pelos quais você vai passar.
Então partindo de Bucarest, a primeira parada é em Sinaia, número 7 no mapa. Sinaia é considerada a pérola dos Cárpatos, cordilheira que predomina na península dos Balkans. É a Campos do Jordão da Romênia, a porta de entrada da região montanhosa da Transilvânia, com seus resorts de montanha e trilhas para caminhada. A cidade é super turística e cobiçada pelos locais desde a época da realeza que a escolheu como reduto de verão.
Na verdade o que introduziu o turismo na região foi a construção da Residência de Verão dos Reis da Romênia e da Estação de Trens e uma grande presença de fontes minerais e sulfurosas utilizadas no tratamento de várias doenças.
Com essa introdução fica fácil concluir que a atração número 1 da cidade é visitar a residência real, o Castello de Pelles, construído pelo primeiro rei romeno, Carol I da dinastia alemã dos Hohenzollen que governou a romênia até 1947 quando se declarou o país adotou a república.
O Castelo de Pelles é o segundo castelo mais visitado do país (só perde para o de Bran) e, na minha opinião, é um dos mais bonitos que já visitei. A decoração e arte interior é um desbunde!
Foi inaugurado oficialmente em 1881 e desde então sofreu várias reformas até a morte de Carol I em 1917. Ele conta com 160 quartos, 30 banheiros e várias escadas e passagens secretas. Em seu interior reina a simetria tanto nas colunas, figuras quanto nos móveis e tapetes.
Ao lado o rei Carol I ordenou a construção do Castelo Pelisor, uma réplica em menor escala do Castelo de Pelles para seu filho e esposa.
Além de uma pequena central hidrelétrica própria! Isso mesmo, ele foi o primeiro castelo eletrificado da Europa. Ele tinha instalações super modernas para a época, como por exemplo, desde 1883 conta com calefação, as lareiras são meramente decorativas, um elevador elétrico para duas pessoas, para que os reis subissem a seus aposentos e um sistema de sucção central para renovar o ar e aspirar o pó
O Castelo continuou sendo propriedade da família real até 1948 quando foi confiscado pelo regime comunista e os reis exilados. Em 1953 foi aberto ao público como museu.
Uma lenda que circula por lá é que o ditador Ceaucenscu quis viver no castelo, mas os museólogo, devido a sua fama de que tudo mandava destruir, inventaram que um fungo havia infestado as madeiras do castelo e que fazia muito mal a saúde. E assim o castelo foi salvo!
Mas foi somente com a queda do Comunismo em 1989 que os Castelos voltaram a ser visitados turisticamente e devolvidos à familia real.
As salas que mais gostei foram a Sala de Armas, A Biblioteca com passagens secretas e o Salão real com seus lindos lustres de murano.
O palácio tinha também seu próprio teatro com as primeiras pinturas de Gustav Klint, um famoso pintor austríaco.
A dica é chegar cedo porque a fila depois das 10:00 fica enorme. Você pode comprar o ingresso lá mesmo. A entrada gira em volta de 35 lei, mais ou menos R$35, mas no nosso tour estava incluída. Agora é possível tirar fotos grátis com o celular, mas se quisee tirar com máquina fotográfica é preciso pagar 10 Lei.
Nossa próxima parada foi na super fofa cidade de Brasov, tipicamente medieval, com muitos edifícios históricos conservados, uma muralha e ruazinhas estreitas. Descemos na Praça do Conselho, a principal da cidade e tivemos 1,5 horas livre para almoçar.
Estávamos a fim de uma comidinha típica e escolhemos o acertadíssimo La Ceaun enainda demos a sorte de pegar uma mesinha bem no janelão com uma maravilhosa vista para a praça e suas casinhas coloridas.
Atendimento e comida maravilhosa. Comemos como reis uma comida de lamber os dedos. De entrada pedimo um pão de batata da casa com três patês típicos: um de feijão, outro de pisto de legumes e o último de ovas de peixe. Um melhor que o outro.
Para o prato principal eu fui de rolinhos de folha de repolho recheado com arroz e carne de porco acompanhado por polenta (bastante comum por lá) e o Rogério um goulash que estava maravilhoso. Para beber vinho branco romeno e uma cervejinha feita na Transilvânia.
Satisfeitos saimos para dar uma voltinha pela cidade. Começamos pela Torre do Conselho e seu símbolo de uma coroa com raízes. Sobre esse símbolo há uma lenda que explica o nome alemão da cidade, chamada de cidade da coroa. Reza a lenda que o rei Salomão havia sido amaldiçoado por sua mãe, depois de matar seu irmão, e para fugir da maldição fugiu a cavalo. Em uma curva seu cavalo caiu pelo precipício e ele se agarrou nas raízes de uma árvore e aí ficou sua coroa antes de sua queda.
A Torre, que integra o edifício da antiga prefeitura era utilizada como torre de observaçao e também como prisao. A Pracinha do Conselho é o lugar ideal para admirar a beleza dos edifícios medievais e bem no centro, na Idade Média, bruxas eram queimadas vivas!
A cidade de Brasov foi fundad em 1234 como um importante centro comercial porque fica justo na rota entre a Europa Oriental e a Europa Ocidental.
Antigamente ela era cercada por um muro fortificado com duas torres de observacao, uma branca e outra negra, que hoje fazem parte do Museu de História e oferecem uma vista panorámica à cidade.
Também ao lado se pode ver o Portao de Santa Catarina que era a porta de entrada da cidade e que por muito tempo foi a única conexao com o mundo exterior.
Outro ponto que nao passa desapercebido é a Igreja Negra, que domina centro medieval de Brasov, e leva esse nome devido a um incendio que queimou quase toda a cidade em 1689. O incendio escureceu suas paredes e destruiu 3 dos seus 6 campanários. Ela levou quase 100 anos para ficar pronta e nasceu como Igreja Católica e posteriormente se converteu em Evangélica, no século XVI, depois de uma missa rezada por um padre protestante alemao.
O seu maior tesouro é uma coleçao de tapetes turcos e da ásia menor dos séculos XVI e XVII que além de testemunho de fé tem uma funçao prática de melhorar a acústica da Igreja.
A tradiçao dos tapetes surgiu porques os negociantes da época, depois de voltarem de suas viagens ao Oriente e completado seus negocios por aí, doavam um tapete para à Igreja como agradecimento a Deus por suas conquistas.
De Brasov partimos para a cidade de Bran onde fica o legendário Castelo do Conde Drácula que conto mais sobre ele aqui.