Belfast é muito fácil de se visitar, pequena e compacta, os pontos a serem vistos se esgotam em poucas horas. Mas nem sempre foi assim – durante muito tempo a Irlanda do Norte esteve sobre a sombra do terrorismo do IRA (Exército Republicano Irlandês) e os poucos turistas que ousavam chegar até o norte, se dirigiam diretamente ao Giant’s Causeway. No entanto, depois do armistício, o país está se recuperando e recebendo cada dia mais turistas.
Belfast se converteu na capital da Irlanda do Norte em 1922 e já superou a população de Dublin (na República da Irlanda) com mais de 500 mil habitantes.
A cidade está formada por 5 bairros/ áreas principais:
- Cathedral Quarter (Centro da cidade) – onde estão as principais atrações como a St. Anne’s Cathedral, a Prefeitura, lojas e restaurantes;
- Queen’s Quarter (sul) – onde fica o Jardim Botânico, a Queen’s University e o Teatro Lírico;
- Titanic Quarter (leste) – onde fica está o Museu do Titanic, as docas, a antiga fábrica e tudo mais relacionado a ele;
- North Quarter (norte) – onde estão o Castelo e o Zoológico de Belfast;
- Gaeltacht Quarter (oeste) – sem atrações.
As principais atrações e onde decidimos visitar estão no Cathedral Quarter e no Titanic Quarter (veja post aqui).
Começamos o passeio pela Grosvenor Road, já que nosso hotel ficava bem ao lado, e passamos por edifícios vitorianos imponentes como a Ópera House e a Assembléia de Belfast até chegarmos à Donegall Square, o coração do Cathedral Quarter e da cidade.
Na Donegall Square está a Prefeitura da Cidade (City Hall) um edifício renascentista que impressiona pela beleza e imponência. Ele foi construído de 1888 até 1906 quando a rainha da Inglaterra, Rainha Vitória, concedeu a Belfast o status de cidade.
Na fachada construída inteiramente de pedras Portland e cobre se destacam as estátuas desenhadas por Thomas Brock em homenagem às vítimas do Titanic. Como era dezembro, nos jardins da Prefeitura estava sendo organizado um Mercado de Natal incrível (voltamos duas vezes) com várias lojinhas de decoração de Natal, comidinhas e vinho quente.
Continuamos a caminhada em direção à Ann Street onde está o agito da cidade em meio à galerias, lojas e restaurantes.
Entramos no Victoria Mall, na Victoria Square em frente ao monumento Spiral of Belfast e que shopping lindo! Todo decorado para o Natal e cheio de lojas internacionais.
Nos perdemos então pelas ruazinhas do bairro: Victoria Street, High Street, Lombard Street, Bridge Street e foi aí que comeeçamos a encontar os famosos grafites de Belfast.
Quanto mais a noroeste você for, mais grafites vão surgindo. São mais de 2 mil murais espalhados pela cidade que retratam o cenário doloroso, de horror e violência que tomou conta da cidade nos anos 80 e 90. Os principais estão na Falls Road.
Entramos na Donegall Street e chegamos à St. Anne’s Cathedral em homenagem à Anne, a condessa de Donegall que financiou a primeira igreja de Belfast.
Da sua cúpula de mosaico realizado com ouro sai uma agulha (Spire of Hope) que se ilumina pela noite em homenagem às vítimas do 11 de Setenbro. De repente quando saímos da Igreja demos de cara com uma corrida de papais noéis com direito a trenós e tudo! Como eu amo o Natal!
Voltamos para a High Street e atravessamos o rio sentido à Queens Road para visitar o Titanic Quarter que merece um post a parte, veja aqui.
Na volta, no fim do dia, não podíamos deixar de conhecer um pub na Irlanda do Norte! E fomos certeiros, no mais bonito da cidade, uma preciosidade de tão lindo, o The Crown Liquor Salon, bem em frente à Estação de Trens.
O único problema desse pub é que, depois dele, nenhum pub conseguirá superá-lo! O bar era uma taverna da estação de trens, mas foi comprada e reformada em 1885 por artesãos trazidos da Itália para construir as Igrejas da cidade.
Em 1978 foi comprado pelo National Trust (uma organização britânica que conserva monunentos históricos) que gastou quase 1 milhão de libras para restaurá-lo em seu estilo vitoriano. Existe até um documentário da BBC Northern Ireland – “The Crown Jewel” que conta a história de todo o processo de restauração.
Nós conseguimos sentar em uma das 10 cabines que há no bar, que no período vitoriano, que na época vitoriana servia para acomodar os clientes mais reservados e que ainda mantém os suportes de pistola e um sino para alertar os clientes.
A comida do pub é divina e no segundo andar tem um restaurante mais formal que dizem incrível também, mas não contentes ainda demos mais uma passadinha no Mercado de Natal na Donegall Square.