
A Costa Amalfitana se extende ao longo do Golfo de Nápolis, no Mar Tirreno, no sul da Itália em plena Campânia, e inclui cidades conhecidíssimas como Sorrento, Positano, Amalfi, Ravello, Salerno e Capri. O caminho é bastante tortuoso, mas é o que faz com ele tenha uma das vistas mais bonitas e famosas do mundo, coroadas pelo Monte Vesúvio e por uma sucessao de vales e encostas dos Montes Lattari, cartao postal da regiao.
Veja o vídeo sobre Capri, Nápoli e Costa Amalfitana no meu canal do Youtube: https://youtu.be/frsWCBRpyr0
NÁPOLI
Nós começamos nossa viagem por Nápoli, que na minha opiniao, nao é fácil de definir: uns amam e outros odeiam. Eu nao gostei por motivos óbvios: a cidade é suja e muito mal conservada, ainda mais chegando de uma rotas desde Veneza, passando por Florença e Roma, a comparaçao é inevitável. Nao gostei mesmo, tanto que só demos uma volta pelo centro histórico, que é o maior da Europa, cheio de edifícios e igrejas barrocas – todos pixados e mal conservados – é uma pena, e fomos na L’Antica Pizzeria da Michele, que confesso, dormimos uma noite em Nápolis só porque eu queria vistá-la desde que assiti o filme “Comer, Rezar e Amar”. Tamanha expectativa, advinhem, fuen fuen fuen… estava fechada, fecham nas férias de Agosto! Fomos na pizzaria ao lado, para nao perder a viagem…


Eu sempre comento que vir à Europa em Agosto nao é a melhor opçao para quem pode escolher – no meu caso, minhas férias da empresa sao sempre em Agosto – porque além do calor, que acreditem ou nao, é muito forte (aqui é muito mais seco que o Brasil entao o calor queima, mais ou meno como entrar dentro de um forno) a maioria dos restaurantes,e, inclusive, muitos hotéis fecham. O ideal é viajar em Junho ou Julho ou, em último caso, Setembro que já nao é tao quente para ir à praia.


Bom voltando à Nápolis: vá pela comida ou porque é onde fica o aeroporto mais próximo à Costa Amalfitana ou porque antes de chegar à Costa Amalfitana quer passar pelo Parque do Vesúvio ou na Zona Arqueológica de Pompéia e Herculano. Caso contrário vá diretamente à Sorrento (230 km de Roma) e (53 km de Nápolis) e monte sua base aí.
Como chegar
Nós viemos de trem rápido de Roma a Nápolis que nos custou cerca de 1 hora de caminho. Chegamos no fim da tarde e alugamos o carro diretamente na estaçao de trens de Nápolis, já tinha reserva feita com antecedência, mas como comentei antes, o carro estava tao sujo e destroçado que alugamos com seguro total para que nao dissessem que nós tínhamos feito algo no carro. Essa é outra dica: sempre alugue com seguro total, nao passe nervoso por causa de U$20 a mais por dia.


CAPRI
No dia seguinte, fomos direto para o porto (Molo Beverello) pegar o barco para Capri que fica a 4 km da estação Napoli Centrale. Deixamos o carro no estacionamento do porto, compramos os tickets na hora (mas você pode comprar online) e embarcamos. O barco lento leva 1h30 e custa 14€ por pessoa e o barco rápido custa 20€ por pessoa e leva 50 minutos. Dica: vá cedo poqrue a ilha fica lotada. E como Capri é linda! Valeu por todos os perrengues de Nápolis!


Capri é dividida em parte alta e baixa. Na parte baixa a Marina Grande com os yates (e onde chegam os barcos vindos de Nápolis), a praia livre (ou seja, a grátis) e uma zona de lojinhas e restaurantes.


Além da bilheteria e entrada para o funicular que te leva para a parte alta e reserva o melhor da viagem, mas vamos por partes. Aproveitamos que estávamos na Marina Grande e já contratamos ali mesmo um passeio de barco que dá a volta na Ilha – por volta de 20€ (e inclui visita à Gruta Azul – é preciso mudar para um barquinho pequeno para passar pelo buraco da gruta e pagar 14€ a mais).





Confesso que o que eu mais queria ver eram os Fariglioni, três rochas de 100 metros de altura, que saem do mar bem perto da costa, e que tem até nomes próprios: Stella, Faraglione di Mezzo (que se abre em um arco) e Fariglioni di Fuori – que lindos! O passeio foi um dos pontos altos do dia!


De volta à Marina Grande, compramos os bilhetes para o funicular – custam por volta de 20€ por pessoa – e subimos para a parte alta. A subida já é parte do passeio porque a vista lá de cima é simplesmente espetacular! Nao a toa era a ilha preferida dos Imperadores romanos. Em Capri nao entram veículos, você só consegue chegar de barco e por lá é preciso fazer tudo a pé ou com um onibuzinho local ou táxi nos locais permitidos.

O funicular te deixa na Piazzeta de Capri que é uma pracinha bem pequena e cheia de cafés e restaurantes. Aproveitamos para tomar um café por ali admirando a vista do mar azulzinho. Mas prepare-se, Capri é caro, 4 cafézinhos sairam pela bagatela de 25€, ou R$125, como meu pai, inconformado, repetia insitentemente.

Fomos nos perdendo pelas ruazinhas de pedras perfumadas até alcançarmos a Via Camerere, que sem dúvidas é o lugar mais glamuroso de Capri com seus hotéis e boutiques de luxo como Prada, Gucci e Louis Vuitton e restaurantes com mesinhas.


Tudo ali é um charme e parada obrigatória é a Gelateria Buonocuore que serve os sorvetes nas casquinhas feitas na hora, na sua frente, em uma máquina tipo de crepe e em seguida sao enroladas em um cone de metal que lhes dá o formato conhecido. Isso significa que elas vem quentinhas, com o sorvete derretendo por cima.


Seguimos pela Via Camerere, parando de lojinha em lojinha até que nos encantamos com as barraquinhas que vendem raspadinha suco de limao siciliano fresco! Uma delícia e bem próximas do nosso próximo destino, os Giardini di Augusto. Olha o tamanho dos limoes sicilianos de lá!


Os Giardini di Augusto sao parada obrigatória em Capri, nao tanto pelos jardins, que sim, sao muito bonitos, mas pela vista estonteante de lá de cima. É o melhor lugar para fotografar os Fariglioni, a Marina Picola (onde estao as praias privadas e beach clubs) e a Via Krupp. Eu me apaixonei por esse lugar!

Se quiser ir à praia você pode ir na Marina Grande, que é aberta ao público e grátis ou na Marina Pícola em algum Beach Club.


A Via Krupp foi construída a mando do alemao Alfred Krupp que costuma passar suas férias de verao e estacionar seu barco na Marina Pícola. Ele achava muito complicado subir até a parte alta de Capri e por isso encomendou ao engenheiro Emilio Mayer que criasse uma estrada até lá. O engenheiro construiu uma estrada em zig zag que lle economizava 100 metros de subida, mas que hoje nao é mais utilizada.


Voltamos pelo mesmo caminho até a Marina Grande onde almoçamos no L’Isola dei Sapori. A comida estava muito boa e os preços sao bem menores que na parte alta da Ilha. Atrás das mesinha que ficam do lado de fora, há uma lojinha em que compramos umas bolsas e saídas de praia maravilhosas.


Você ainda pode visitar o outro lado na Ilha que é bem menos turístico e se chama Anacapri, mas nós nao fomos. Já estávamos cansados e pulamos no barco de volta para Nápoli para tentar jantar na Antica Pizzaria da Michele.
POSITANO

Positano é a primeira cidade da Costa Amalfitana e fica a 1h15 de carro de Nápolis. Acredita-se que a cidade tenha sido formada no século IX ao redor de uma Abadia beneditina. A partir de aí ela foi ampliada, saqueada, invadida e destruída por um maremoto, reconstruída, se tornou importante porto comercial, entrou em declínio e se tranformou em um vilarejo de pesacadores. Toda essa história acabou influenciando sua estrutura com caminhos estreitos e aspecto defensivo, no alta do penhasco com torres de controle.


Positano somente voltou ao mapa com a construçao da Stradale 163 que a uniu com destinos importantes como Sorrento e Nápolis. Os primeiros turistas começaram a surgir e seus palácios e residências romanas começaram a ser transformados em hotéis. De Picasso a Elizabeth Taylor, muitas foram as celebridades que contribuiram para a fama da cidade e seu turismo de luxo.


COMO CHEGAR
Nós fomos de carro de Nápolis até Positano pela Stradale 163 que é cheia de curvas, mas com uma vista de tirar o fôlego. Também é possível ir de trem a partir da Estaçao Napoli Centrale pela Linha Circunvesiana que vai até Sorrento. De lá você pode pegar um ônibus ou um barco para Positano. Saindo da estaçao de trens de Positano, do outro lado da rua há um postinho que vende as passagens do ônibus SITA que faz a rota da Costa Amalfitana e para em Amalfi e Positano. Na alta temprada tem ônibus a cada 10 minutos.


O principal problema de Positano é econtrar lugar para estacionar porque além de lotada no verao, a maioria dos lugares é cheio de regrinhas para estacionar e os policiais italianos multam mesmo. Por isso, a soluçao é deixar em algum estacionamento no alto na cidade, que pode te custar uns 30/ 40€ algumas horas e descer a pé até a praia.
Os principais estaciomentos sao o Parcheggio Mandara e o Parking Centrale di Gennaro, mas há outros menores por lá. Procure negociar o menor preço porque a maioria cobra um preço único por dia. Quanto mais para cima da montanha, mais barato.
O QUE FAZER
Depois de estacionar o caminho é sempre para baixo, passando pelas casinhas bege e rosa, pelos hotéis e restaurantes da cidade até chegar à praia.


As duas principais praias sao a Praia Grande, que é a principal, a mais comprida e mais badalada da regiao e a Praia de Fornillo que é bem mais tranquila. Na praia grande o trecho de praia pública é bem restrito e a maioria está ocupada por vários Beach Clubs que cobram cerca de 20€ o aluguel da espreguiçadeira. A praia é de pedrinhas e por isso é bom levar chinelo; aliás, nao é nada confortável deitar em cima delas, se puder levar uma canga mais grossa, se nao for alugar cadeira, melhor.




Depois da praia você pode comer em algum restaurante de lá ou tomar um sobete de limao siciliano ou um limoncello, fazer compras, há muita cerâmica de limoes sicilianos, lojas de crochês, roupas de linho etc. A Chiesa di Santa Maria Assunta é a mais famosa e cartao-postal da cidade – dentro dela está a imagem da Virgem Negra ou “Madonna Negra”.


Outro passeio possível é pegar alguma das trilhas que levam às cidadezinhas das montanhas como Montepertuso ou Burgo Nocelle. Há muitos passeios guiados em que você vai descobrindo igrejinhas, explorando a vegetaçao e apreciando a natureza.

