O Centro Histórico de Salvador foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, e dele fazem parte o Pelourinho, o Largo de São Francisco, o Largo do Carmo e o Largo de Santo Antônio Além do Carmo.
Se estiver de carro estacione em uma das ruelas próximas à Igreja de São Francisco e por lá já comece sua visita.
Ela está localizada no coração da cidade, na Praça Terrero de Jesus. Ela foi construída entre os séculos XVII e XVIII e é considerada uma obra prima do barroco brasileiro, incluindo sua decoração interna, coberta com lâminas de ouro – são mais de 800 kg!
A Igreja foi também tombada como uma das 7 maravilhas de origem portuguesa do mundo. Sua fachada é tão incrível quanto, toda entalhada, e que em algum período foi toda coberta com gesso! Felizmente esse gesso foi removido com cascas de ovos de tartaruga e clara do ovo.
Muitas partes da Igreja são feitas de Jacarandá, a madeira mais resistente do mundo e que não se desfaz. Para que possa imaginar, essas peças nunca foram restauradas e já estão lá há mais de 300 anos. Ela simplesmente fica negra.
O deslumbre já começa no hall de entrada, com a pintura 3D do teto feita por José Joaquim da Rocha em que retrata uma aula universitária em que se debate o privilégio da isenção da Virgem Maria do pecado original.
Há até uma pequena Pietá invertida e ao fundo uma porta de madeira azul, em sua cor original, que impedia que as almas do mal entrassem na Igreja.
A próxima visita é ao Convento, construído em volta de um átrio quadrado que exibe painéis decorados com azulejos portugueses, pintados por Otto van Veen e que retratam algumas cenas da antiga filosofia. Esses muros são inspirados na arquitetura árabe com arcos entre as colunas. Alguns estão em péssima condição e ainda não foram restaurados.
Em frente à Igreja fica a casa não oficial de José de Anchieta, sem nenhuma placa ou menção.

Ladeira abaixo você já estará em pleno Pelourinho (que vai do Largo do Pelourinho até a Praça Terreiro de Jesus). Não deixe de reparar nos casarões existentes desde o século XVI e nos famosos banquinhos das fofoqueiras. Diz a lenda que os moços não casavam com as donzelas que tinham calos nos cotovelos, pois não gostavam de fofoqueiras, então elas tiveram a ideia dos banquinhos para enganar os pretendentes.
A palavra “pelourinho” se refere a uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde criminosos eram expostos e castigados. No Brasil Colônia, era, principalmente, usado para castigar escravos.
Além dos sobrados e cortiços que já foram moradia de escravos, hoje há lojas, restaurantes e museus como a Fundaçao Casa de Jorge Amado, que conta a história do artista.
Em frente à Fundação Casa de Jorge Amado, fica a ladeira do Largo do Pelourinho, onde Michael Jackson gravou o clipe da música They Don’t Care About Us com a banda Olodum. Na minha opinião, a parte mais bonita, realmente Michael escolheu a dedo o lugar.
No fim da ladeira, fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a primeira igreja frequentada por escravos na cidade, e que até hoje mescla algumas práticas do candomblé com o catolicismo.
Mais adiante, suba a ladeira que vai dar no Carmo e não deixe de conhecer a Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo e o Largo do Carmo. Aprecie a vista para a Baía de Todos os Santos.
Se bater uma fome, no final da Ladeira do Carmo ficam as baianas vendendo Acarajé. Nós decidimos voltar para a Praça Terreiro de Jesus, onde também há muitas baianas vendendo acarajé e várias mesinhas para sentar e descansar.
A partir da praça, são cinco minutos caminhando até é o Elevador Lacerda, na Praça Municipal, ao lado do belo Palácio Rio Branco.
Ele é o primeiro elevador urbano do mundo. Em 8 de dezembro de 1873, quando foi inaugurado, era o mais alto do mundo, cerca de 63 metros de altura.
Ele cumpre a função de transporte público entre a Praça Cairu, na Cidade Baixa, e a Praça Thomé de Souza, na Cidade Alta.
A vista da Baía de todos os Santos é linda, e não deixe de provar os sorvetes da “A Cubana” (Praça Thomé de Souza, Centro) na entrada do elevador – os mais badalados são os de Coco Verde, Banana Caramelada e Banana Verde (R$5,00 a bola).

Se quiser, desça o elevador e siga até o Mercado Modelo, se quiser comprar lembranças da cidade.
Se estiver hospedado no bairro Rio Vermelho não perca o pôr do sol na Praia de Porto da Barra que é a preferida dos locais, com águas calmas e transparentes.
Banhada pela Baía de todos os Santos foi apontada pelo The Guardian como a 3ª melhor praia do Brasil. A pedida está em passear pelo seu calçadão, todo reformado com pedras portuguesas, de onde se tem uma bela vista da Ilha de Itaparica e, dizem, o pôr do sol mais bonito do Brasil. Como estávamos hospedados no Mercury Rio Vermelho, aproveitamos para curtir o pôr do sol da piscina do hotel. Localizaçao perfeita!
Dali é um pulo para o Rio Vermelho, que é o bar boêmio de Salvador. Vá até o Largo de Santana, onde ficam as baianas e experimente o melhor acarajé da cidade – o da Dinha no papel ou na badeja. É de chorar de tão bom…