Fatehpur Sikri é uma antiga cidade erigida pelo imperador mongol Akbar, entre 1571 e 1585, o avô de Shah Jahan I, o construtor do Taj Mahal a 35 km de Agra. É incrível ir percebendo, a medida que aprendemos um pouco mais da história da Índia como tudo está interligado ao longo dos anos e como sao sempre os mesmos que detêm o poder.
Na metade do século XVI, a área onde fica Fatehpur Sikri fazia parte do Império Mongol e foi escolhida pelo Imperador Akbar para ser capital do seu império. Isso se deve ao fato de que ele nao conseguia ter filhos e lhe foi prometido pelo Deuses, que se ele se isolasse por 10 anos no meio do deserto, esse seu desejo seria concebido. E foi. Logo depois da construçao da cidade seu filho nasceu. A cidade levou 15 anos para ser construída, mas o lugar nao contava com poços de água e foi abandonada logo depois da morte do Imperador, 14 anos depois da sua construçao.
Veja o vídeo no meu canal do Youtube: https://youtu.be/Bte4B7JR1gs
A zona civil de Fatehpur Sikri era utilizada por Akbar como residencia e como edifícios oficiais onde o imperador recebia extrangeiros e se reunia com seus conselheiros. Para chegar aré lá basta pegar um ônibuzinho que custa 10 rupias bem na entrada do complexo e que te deixa na porta de entrada da cidade.
O Palácio de Jodh Bai é o maior de todos os palácios de Fatehpur Sikri e é o primeiro que se avista ao entrar na cidade. Formava parte do harém e era a residência da princesa imperial Mariam-uz-Zamani. Sua arquitetura é uma mezcla do estilo hindu das colunas (em homenagem à ela que era indiana), islâmico das cúpulas e persa do azul das telhas.
No entanto o Imperador tinha mais duas esposas, uma crista e outra muçulmana e por isso era conhecido como um monarca tolerante e que respeitava todas a religioes. Mas na verdade, dizem que o que ele quria mesmo era entender todas as religioes para planejar bem suas táticas de guerra. O palácio da sua esposa crista se chamava casa de Maryam e diz a lenda que ela era de origem portuguesa nascida em Goa.

No centor de tudo ficava o Palácio do Imperador, o Panch Mahal, um edifício de cinco andares que diferem de tamanho um do outro, diminuindo a medida que se sobre assim como o número de colunas também. Era adornado por celosias, as famosas janelinhas que permitiam que as mulheres reais espiassem tudo o que estava acontecendo do lado de fora sem serem vistas.

Bem em frente fica uma espécie de tabuleiro de xadrez que o imperador costumava jogar usando suas esposas e comcubinas nuas como peças! Ele era muito conhecido também pelas festas que dava e pelos músicos que trazia.

A sala de audiências privadas Diwan-i-Khas é outro destaque. A forma com que ele falava com seus conselheiros é bem curiosa: ele se sentava no alto de uma coluna central da qual saiam quatro pontes que chegam a cada uma das quatro esquinas do edifício, onde se sentavam seus conselheiros. Incrível a altura em que se sentavam.
Logo mais a frente está o quarto do imperador com vistas a uma piscina ornamental da qual se pode subir ao quarto.

Próximo dali outros pequenos templos e salinhas de pintura e oraçao tem decoraçoes incríveis.
Apesar de conhecido pela sua tolerância religiosa, a única construçao religiosa de Fatehpur Sikri é a Mesquita Jama. A mesquita fica do outro lado da cidade e se pode ver de longe desde a saída da cidade.
Depois de passar por Fatehpur Sikri voltamos à estrada NH-11, que une Agra a Jaipur para conhecer Abhaneri e visitar o seu famoso baori ou poço escalonado, Chandi Baori e seu o Templo de Harshat Mata.
Abhaneri tem esse nome por conta de uma lenda local em que a deusa Harshat Mata que teria aparecido na região rodeada por um fulgurante resplandor (abha) que mais tarde daria o nome à vila.
Um baori é um poço escalonado construído em forma de pirâmide invertida com o objetivo de recolher água da chuva. Também serviam como lugar de relax e de rituais, e por isso está conectado com o Templo Harshat Mata que fica em frente. Não há outro lugar fora da Índia onde os poços hajan sido construídos de forma tão espetacular.
O Chandi Baori tem mais de 3500 degraus que permtiam o acesso à água e foi provavelmente construído no ano 800 d.C. a mando do rei Chand da dinastia Chahamana. Essa estrutura em forma triangular facilitava recolher a maior quantidade possível de água durante a época das monções. Além disso, seus 20 metros de profundidade permitiam que a parte mais funda do poço se mantivesse mais fresca, e, por consequência, a água se conservava por mais tempo. Também era um ótimo lugar para se fugir do calor da região.
Ele está adornado por vários santuários a Ganesha (deus da ciência, da sabedoria e das artes), um dos mais importantes da religião hindu, caracterizado por cabeça de elefante e corpo de homem. Suas colunas são ricamente esculpidas com elefantes e, portanto, se supõe, que ali ficava o Rei durante os rituais antes de seguir para o Templo Harshat Mata que fica bem em frente.
O Templo Harshat Mata, foi construído em arquitetura hindu medieval no século IX, em homenagem à deusa Harshat, deusa da alegria e da felicidade. Ele é formado por três terraças unidas por escadas e a estátua da deusa fica bem no meio do templo. Uma vez ao ano se organiza um festival de três dias em sua homenagem.